segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Desabafo

Hoje to cheia dos desabafos...
Bom dia, todo mundo.
Aconteceu um negócio meio estranho esta madrugada, eu estava no facebook, e uma menina postou uma piada ofensiva: ela disse que ter amiga mulher é como criar galinha, depois de um tempo, você vai querer comer.
Obvio que achei aquilo escroto e dei minha opinião. Mas a menina, porque obviamente era uma criança, falou que eu não sei brincar. E eu achei aquilo meio absurdo. Mas devo concordar que eu levo as coisas meio a sério de mais mesmo.
Mas eu vou me explicar aqui. Eu penso o seguinte: Se eu quero respeito, eu tenho que dar respeito. Se eu quero que as mulheres sejam valorizadas, eu tenho que valorizar as mulheres.
E quem rouba um palito de fosforo também tem capacidade pra roubar um banco.

A menina lá não sabia o que tava fazendo, e eu poderia ter ignorado, mas não consegui. Aquele papo, de prefiro não ter razão e ficar em paz. Bom, eu não tenho maturidade pra isso ainda, e me sinto profundamente ofendida com esse tipo de "brincadeira". Eu não quero fazer amizade com alguém que acha que tem o direito de me chamar de galinha, e tão pouco que a amizade valha tão pouco a ponto dela sacrificar isso pra me "comer".
Resumindo, eu achei que tinha muita criança no grupo que eu estava e fui procurar outro. Ai me deparei com a seguinte situação. Entrei numa pagina e tinha um aviso: Fora RAD!!!!
Vai saber o que é isso!

Ai eu fui pesquisar. RAD são as feministas radicais. E quando eu estava lendo as definições. Eu realmente me encaixo nelas. Eu acho que as mulheres devem conversar entre si, que devem debater como enfrentar o mundo e a condição feminina, e também o respeito as suas diferenças em relação aos homens. As mulheres ficam gravidas, homens não. As mulheres têm jornada tripla de trabalho, os homens não. Alguns homens estão começando a entender isso, mas a grande maioria ainda trata suas mulheres como "escravas". Então eu simplesmente sai da pagina, não vi nenhum post mais, não quis saber se era interessante ou não.

Eu acho que isso é se colocar no meu lugar de RAD, e respeitar o espaço da outra pessoa que não quer gente como eu na pagina dela.

Hoje também eu entrei numa discussão que começou com uma bobagem. Gente que escreve errado.
Eu falei o que pensava. Eu vou ver se as ideias da pessoa com quem eu estou conversando correspondem com o que ela escreve, e tem variações de regiões do pais, tem giria, tem estrangeiros. Falei tudo isso. Ai uma moça postou printes de um pai, dizendo que amava a filha, mas que ele não sabia escrever. Então a discussão ficou louca, a moça que começou a discussão se desculpou, e tal. Eu não quis me desculpar. Eu não tava falando de pai e mãe de ninguém. Eu estava falando sim de pessoas que têm acesso a internet, acesso a informação, acesso a televisão, que pega onibus. Não tava falando de gente pos graduada, nem dos nossos pais e avós que vieram pra cá sob as mais diversas infelizes circunstancias, e que demoraram tempo pra caramba pra dar pra gente, nós, agora, um pouco mais de condições de ler, de ver filmes, de ouvir musica...

Eu sinceramente acho uma puta falta de respeito conversar com uma pessoa que não faz questão nenhuma de conversar claramente. Meu, de boa, o intuito da comunição é se fazer compreender, vc tem um código que é a linguagem, e vc usa esse codigo. Ninguém fala e escreve 100% correto. Mas 90% da conversa com palavras que vc não entende? E eu to falando da escrita.

Não tenho nada contra niguém. Procuro respeitar e entender todo mundo. Mas tem coisa que é de proposito. A pessoa não se interessa, não faz questão, sei lá. Também não estou falando dessas pessoas. Nesse ponto da pra perceber o quanto foi intenso e tenso.

Enfim, era isso que eu queria dizer. Eu levo tudo muito a sério, e eu não convenço ninguém do meu ponto de vista. Mas eu tenho meu ponto de vista e é meu, eu respeito o seu, por favor respeite o meu.

Eu escrevo errado, eu falo errado. Eu tenho algumas piadas escrotas também. E nesse processo evolutivo, eu procuro nao ofender ninguém.

Se eu ofendi, foi mal. Salvo quem eu quis mesmo ofender.

Bom dia todo mundo!



Que todas as lesbicas do mundo encontrem suas princesas encantadas, que realizem seus sonhos, que suas amigas a respeitem e que elas também possam se comunicar.

Bye.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Reflexões Boy Meets Girl (2004)

Eu quero muito falar desse filme e do impacto que teve em mim, e as reflexões que estou fazendo sobre isso. E tem spoiller, então, se você ainda não assistiu e tem interesse em filmes com temática homossexual, esse é um dos bons, que te faz pensar.
Pra começar, é estranho como gente LGBT nasce nos lugares e famílias mais diferentes o possível do que somos. Eu nasci numa família Matriarcal. Minha avó fugiu do meu avó, com 4 filhos. Ele batia nela, e fazia algumas outras coisas que ser humano nenhum devia aceitar. Então ela se cansou e caiu fora. Antes disso, minha avó tinha um pai meio estranho. Ele não queria que ela estudasse e a mãe dela também não suportou, reza a lenda que minha bisavó cometeu suicido. Mas ninguém sabe exatamente. Minha avó era uma mulher forte e passou isso pra gente. Eu sou a filha única da filha mais velha.
O filme. Rick Jones é adoravel.
E é engraçado como as pessoas estranhas guardam os segredos dos outros. Parece sina, se você é um pouco diferente, as pessoas confidenciam a você as coisas delas, coisas que elas não podem compartilhar com o resto das “amigas”.
Como lésbica, eu tava torcendo pra Francesca. Eu queria que as duas ficassem juntas, elas estavam apaixonadas e podiam explorar aquilo um pouco mais. Mas a mãe da Francesca fez o que qualquer mãe faria. Ela fez de um jeito meio podre, mas fez o papel dela de proteger a filha.
Ai eu reparei que a Franchesca fazia a mesma coisa. Ela parecia idiota, superficial, e “inocente”, mas no fundo no fundo, ela queria ser ela mesma e explorar a vida, as coisas da vida.
Acabei percebendo que a gente aprende a “fingir” com nossos pais. As coisas que a gente faz e que eles não gostam, e ai a gente aprende a não deixar eles perceberem que a gente continua fazendo. É engraçado, mas ao mesmo tempo, fingir ser bonzinho, tem seu preço.
A Rick tem uma família legal, o pai fazia o possível pra participar da vida dela, o irmãozinho também, e não tinha nenhum conflito grande. Ai lembrei de Glee. O Kurt, o pai dele. O Amor faz coisas maravilhosas, e uma delas é que os filhos são o “cheque-mate” na vida de um pai, de uma mãe. O amor é incondicional, e as coisas são complicadas.
A postura da Rick era bem de pessoa generosa, ela respeitava o melhor amigo, respeitou Franchesca e até pra escapar da briga com o David, ela foi uma lady.
Eu gostei do pai da Franchesca também, quase enforcando o David e dizendo que a filha dele ia andar com quem ela quisesse e David deveria respeitá-la. Foram 3 segundos magicos.
E depois do sexo, que elas estavam conversando sobre definições. E somos todos humanos, nossas experiencias nos tornam humanos. E ninguém carrega um cartaz no pescoço dizendo o que é ou deixa de ser. Mas até pra gente encontrar os semelhantes, precisamos nos definir. Nos classificar e rotular, como em Pluft Plaft Zum: Tem que ser selado, registrado, carimbado, rotulado se quiser voar. A vida da gente também é assim.
No meu caso, eu estudei numa escola onde as pessoas me chamavam de sapatão pelas costas, e eu estudava numa classe só de meninas. Eu nem sabia que eu era lésbica, mas as pessoas sabiam. E ai vem a pergunta: Como elas sabiam? Essa parte eu não entendo, a gente passa a vida toda tentando se entender, e por algum motivo, as pessoas que são de fora, nos entendem. Não numa maneira muito cordial, mas eles sabiam que eu era diferente, e não só diferente. Lésbica.
Eu tinha 20 anos quando conheci uma moça lésbica. Ela tava muito feliz com a vida dela, namorava, trabalhava, fazia faculdade. Mas a gente nunca chegou a conversar sobre questões pessoais desse tipo.
Algumas pessoas se apaixonam e dão sorte do seu objeto de desejo sentir o mesmo. Comigo não foi assim. Eu tinha minhas “crashs”, mas eu só queria amizade. Por outro lado, minhas amigas mais “safadinhas” me contavam suas experiencias, lembrando que eramos adolescentes e por experiencia, estou falando de beijo na boca. Elas diziam como estavam felizes e satisfeitas com seus romances heterossexuais, ao mesmo tempo me consolavam, diziam que eu ia encontrar o cara certo. E eu tentava, mas não me sentia bem, aquela alegria que todo mundo tinha, eu não tinha. É como se eu não pertencesse aquela realidade, e passei o resto do tempo tentando pertencer. Robby disse pra Rick que ela era a pessoa mais decidida que ele conhecia. Mas antes disso, ele falou algumas verdades bem profundas. A gente passa a vida toda tentando “figure this shit out”, que é tentando se encaixar, tentando fazer o trabalho que gosta, viver a vida como a gente imagina que é certo. E tipo, pra alguém brigar pra ser aceito, ou mesmo pelo seu direito de existir, precisa ter muita certeza. Mas a certeza tambem é algo natural, como o Sol que aquece o dia, e queima se você ficar exposto muito tempo.
Eu acho que eu sou muito clichê. Quando eu tinha 20 anos, conheci minha primeira namorada. Foi um romancezinho, meu primeiro beijo, mas um mês depois eu sai da cidade. E ficou só no beijo mesmo. Ai, eu fiquei com meninos, mas continuava ruim, eu não sei porque as pessoas dizem que vai melhorar com o tempo. Não vai. E com 24 eu me apaixonei por uma menina mais nova que eu, ela parecia o Lex Luthor, sexualmente irresistivel, mas oh bicho ruim do caralho! Traição, mentiras, manupulação, isso eram as coisas boas. As ruins, eram que ela ainda era apaixonada pela ex, e tava me usando, quando ela se sentia mal, ou sozinha, tinha a tonta aqui pra ficar com ela. Mas ai, antes disso inclusive, eu tinha minhas melhores amigas heteros. E pra contar? Eu contei, detesto mentira, mas foi foda pra elas lidarem com isso. Eu queria que tivesse algum livro, ou um filme pra ver, algo que me explicasse que aquilo era a vida. E não que eu era uma aberração, que vou pro inferno, ou que estou indo contra a leis de Deus. Minha família é meio desorganizada, mas somos pessoas religiosas, sabe? Minha mãe lia a Biblia comigo e sempre tinham estudos enquanto eu crescia. Me apeguei muito a Deus na minha adolescencia. Eu tinha medo de fazer algo que eu me arrependesse depois. Engraçado isso, as pessoas falam, só me arrependo que não fiz. Mentira gente, tem coisas que a gente faz que vão estar lá, podemos esquecer, fingir que não existe, mas está lá. Eu sou pisciana, emocional e tudo mais. Mas eu não sou “galinha”, sempre respeitei as pessoas, e eu não invisto em ninguém. Entao sempre, era a outra pessoa que desmonstrava interesse e as coisas aconteciam. Menos na internet, porque precisa deixar uma frase de efeito pra pessoa ter interesse em você. Eu não sei porque to saudozista, mas acho que é a coisa de ser inspirado por um filme, por isso filmes são tão bons. A gente reflete e analisa, buscando respostas e conclusões.
Eu sou cercada de gente hetero, as vezes eu reclamo um pouco disso, porque é meio estranho não compartilhar algumas coisas. Mas por outro lado, eu não gosto muito do que acontece com algumas comunidades lesbicas. Vai ver que não me adapto a lugar nenhum. Quero ser diferente assim no meu mundinho mesmo.
Eu tava pensando, desde pequenas a gente escuta historias de princesas e fica aquele “sonho” de se casar e ter filhos, e a Rick também queria isso. Deviam fazer historias da Disney com trangeneros, lésbicas, gays, travestis, assim todo mundo pode sonhar a vida que se enquadra. Eu tava vendo a entrevista da Alessandra Maetrini na TV Brasil, programa Plural. E ela disse, que o problema é que querem encaixar o quadrado no redondo. Como aqueles brinquedos de criança, onde a peça só encaixa se a figura geometrica for igual. E acho que isso acontece muito com a comunidade LGBT, deve acontecer em outras comunidades também, mas a LGBT, é a que me afeta. Eu tava falando com um cara, ele é negro, falavamos de religião. A família dele é muito religiosa também, e ele foi buscar uma religião em que se enquadrasse, estavamos falando dessas experiencias. E quando fui num centro Kardecista, me disseram que já que eu nasci mulher, eu tenho que ficar com homem. Ou guardar minha sexualidade pra mim. Tipo, se eu não quiser me relacionar com homens e não “deveria” me relacionar com mulheres, então eu poderia ficar sozinha. Mas também que não deveria falar isso para as pessoas. Ai ele me disse, que quando ele foi num centro Kardecista, disseram que ele devia ter feito algo muito ruim na vida passada para ter nascido negro. Eu fiquei chocada! Eu achei que a vida dele era melhor por ele ser homem. Mas no final, estamos todos no mesmo barco. E, mesmo as pessoas ditas “perfeitas” sofrem preconceito. No final das contas, as pessoas vão ver o que elas querem ver e pensar o que elas quiserem pensar, melhor cada um cuidar para ver a si mesmo como gostaria de ser visto. Tipo a Maria Fernanda Candido. Ela é muito linda, tava de bom tamanho já a boniteza dela, mas não, ela é inteligente também. Ela fez faculdade, abriu um espaço multi cultural, e escolhe os papeis que ela quer fazer.
Ainda estou tentando entender o amor próprio. O conceito não é muito claro pra mim, porque amar-se de mais, pode ser egoismo, ou narcisista. Ao mesmo tempo que, não se amar, pode ser perigoso. O ideal seria se pudessemos nos ver e aceitar como somos. Mas como a gente vai fazer isso sem se comparar com as outras pessoas? E eu sei que depois que você consegue as respostas que você busca, já não faz a menor diferença. E que as vezes a gente poderia viver bem sem isso. Mas é como perder a memória sabe? A gente não sabe o que esqueceu, mas parece tão importante. E, as vezes, quando você descobre, talvez preferisse não saber.
O filme.
Basicamente é a historia de Rick Jones, ela é uma garota transgenero, vivendo numa cidade pequena, ela tem um melhor amigo, Robby, e acaba se envolvendo com uma garota Franchesca. O melhor amigo fica com ciume e se declara pra ela. E os dois vão embora da cidade pra Rick poder realizar o sonho dela de ser estilista.
Meio chatinho o filme, não é? Preste atenção ao detalhes, são muitos. E se você tem quase 40 anos como eu. Faça as pazes com seu passado. Você precisou passar por tudo aquilo pra ser quem você é hoje, e se as suas piores memórias desaparecessem, você sentiria falta delas.

Abraços.
Bom fim de semana e feriado.

Obrigada por ter lido meu texto.

Referencias:
Alessandra Maestrini no Estação Plural.
https://www.youtube.com/watch?v=2zJ9J64gto4

Pluft Plaft Zum - Raul Seixas
https://www.youtube.com/watch?v=2zJ9J64gto4

Kurt e o Pai dele.
https://www.youtube.com/watch?v=gGFKtzZBi9g
https://www.youtube.com/watch?v=3o45hErHnjk

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Aceitação LGBT pela sociedade.

Bom dia.
Eu estava vendo um canal no youtube, um cara com algumas ideias que concordo parcialmente, e com opiniões bem fortes sobre politica, religião e outros assuntos. Eu fiquei interessada no conteúdo do canal. Mas como boa feminista lésbica, eu precisava saber a opinião do cara sobre os homossexuais, então eu fui pesquisar o resto dos videos e descobri que ele não é homofóbico.
Mas também não é um cara muito engajado nesses assuntos, ele é obviamente hetero, e como qualquer hetéro, ele tem suas opiniões e seu ponto de vista de fora do movimento gay.
Só pra esclarecer, este não um artigo resposta, eu só estou pensando cá com meus botões sobre algumas coisas que ele pontuou nos videos dele e que eu não tinha parado pra analisar.
Primeiro vamos falar da Parada LGBT, ele disse que tem alunos homossexuais e que um deles disse que a Parada não representa seus interesses.
A Parada LGBT, começou com o proposito de conquistar um Estado Lato, o que é isso?
Que as oportunidades dadas sejam iguais para todas as pessoas, idependente de sexo, genero, religião, raça, como está na Constituição. Mas como a gente sabe, Lei e Realidade, as vezes são coisas muito distintas. Depois da segunda Parada Gay, os baderneiros começaram a invadir o espaço, então o proposito inicial acabou sendo “esquecido”, digamos assim. As pessoas vão na Parada por diversos motivos, mas não tão conscientes do objetivo que a Parada tem, que é unir pessoas de diversos lugares em prol do direito do ser humano de ser tratado com igualdade.
Ele também comentou sobre a agressão aos Cristãos, é gente, o povo Gay tá atacando as crenças das pessoas. Quem diria, o senso critico de alguns está pela hora da morte! Se é que não se esvaiu completamente.
Eu sou Cristã, e Jesus nunca falou nada sobre sexualidade. Inclusive defendeu prostitutas e curou doentes. Eu não lembro dele condenando ninguém por suas opções sexuais.
Ai, entrou uma outra questão, que é a da imposição que a comunidade LGBT faz em relação a algumas coisas, por exemplo. Não são todas as igrejas que realizam casamento gay, e é direito do casal que não conseguiu se casar, processar aquela igreja, ou aquelas pessoas. Mas ai, o cara entrou numa abordagem que é, um muçulmano não vai se casar numa igreja cristã, e o judeu não vai querer casar numa “igreja” muçulmana. E é direito de quem coordena esses lugares dizer, olha, eu não vou realizar esse casamento porque vai contra o que eu acredito. Vai contra minhas crenças religiosas.
Tudo bem. Eu concordo que a religião que não concorda com o casamento gay tem o direito de não realizar a cerimônia. Desde que existam outros lugares onde ele possa ser realizado. E existem esses lugares, existem pastores e juizes muito dispostos a realizarem cerimonias homossexuais. 
Ai, entra uma outra questão. Uma moça escreveu algo pro cara, e disse: “Eu sou Lésbica e assisto todos os seus videos.” Ele deu um esporro na moça, e disse que o que ela faz entre quatro paredes é problema dela, e que ela não devia se apresentar dessa forma, porque não interessa. Eu confesso que concordei com ele. Mas eu também confesso, que quando conheço uma pessoa nova, eu deixo bem claro que sou lésbica. Até pra evitar problemas futuros. Depois a pessoa olha pra sua cara e diz que você é uma falsa mentirosa, por não ter contado a verdade. Ou pior, a amizade fica legal e quando a pessoa descobre que sou lésbica não sabe mais se quer manter a amizade. Então, se alguém tem problema com isso, já fica sabendo logo e decide antes de começar algo que acabe em decepção.
Outra coisa que o cara comentou, foi o Léo Aquila dizendo que é mulher mas tem um pênis. Ai foi ignorancia mesmo.
Então, só pra desabafar, identidade de gênero, é uma coisa bem especifica. Existem 2 generos no mundo, Masculino e Feminino.
Um ser humano nasce com órgãos genitais feminos, ou órgãos genitais masculinos. E esperavasse, que o ser humano que nasceu com vagina, gostasse de seres humanos com pênis. E que quando essa pessoa se olhasse no espelho, ela se sentisse bem com aquilo que ela possui. Que até poderia fazer melhorias naquele corpo fisico, mas como uma forma de reafirmar que era daquele gênero. Mas isso não aconteceu.
Então a pessoa que tem uma vagina, ela se olha no espelho e pensa essa pessoa não sou eu. Aquele indivíduo se identifica com outro genero, e só tem duas opções então... masculino, muito embora todo o organismo daquela pessoa seja do genero femino. E isso é identidade de gênero.
Assim como não significa que um travesti seja gay. Ou que uma pessoa que tem todas as caracteristicas “normais” do seu gênero, seja hetero. Por exemplo, um homem que gosta de futebol, carros, cerveja e funk. Ai é orientação sexual. Então vamos entrar nesse assunto.

Lésbicas, são mulheres que gostam de mulheres. A pessoa nasceu com uma vagina e na hora de se relacionar ela prefere outra vagina. (se a vagina veio de fabrica ou não, não é problema meu!)

Mentira!
Eu não ia falar nada, mas vou. Lésbica é a mulher que se identifica como mulher, e que se envolve emocionalmente e sexualmente apenas com mulheres. (ai vai da interpretação de cada um, porque um trangênero também é mulher, seja ele masculino ou feminino.) Ai, você deve estar pensando. Oi? Tchanam... a mulher que se veste como homem, também é mulher. E o homem cuja identificação de genero é feminina, também é mulher. 

Gays são homens que gostam de homens. Pessoa que nasceu com um pênis e gosta de se relacionar com pessoas que têm pênis.

Bissexuais são pessoas, independente de serem homens ou mulheres, que gostam tanto de homens como de mulheres. E só pra quebrar o tabu, bissexuais namoram e assumem relacionamentos sérios com ambos os sexos, um de cada vez. Por exemplo uma mulher que era casada com um homem, teve filhos, se separou e passou a viver com uma mulher, elas se casaram e tiveram mais filhos. Isso é bissexualidade.

Travestis, são pessoas que se transvestem do sexo oposto. Mulheres que se vestem como homens, e homens que se vestem como mulheres. Sem necessariamente modificarem seus corpos pra isso. Claro que podem deixar o cabelo crescer, ou cortar curto, mas não há intervenção médica pra isso.

Transgenero, são homens que transformam seu corpo para se tornarem mulheres. E mulheres que transformam seu corpo se tornarem homens. E alguns deles nem se envolvem sexualmente. 

Claro que existem outras vertentes e definições mas essas 5 são as mais em evidencia no momento. Expliquei de forma meio simplista, e Deus sabe que existe muito mais envolvido nisso.
E sinceramente uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ai você pergunta, como assim?
A mulher que é transgenero não necessariamente gosta de mulheres. E o homem trangenero, nem sempre gosta de homens. Estão entendendo que identidade de gênero é uma coisa e orientação sexual é outra?

Ninguém quer ser um transformer, ou um coelho, como citou o cara no video dele. O que as pessoas querem e lutam é pra serem quem elas são de verdade, sem ter que se esconder ou se envergonhar de quem são.

Ai, eu vou entrar numa parte psicologica e pessoal. Eu estava lendo uma revista sobre psicologia e falava sobre o trabalho do Foucault sobre homossexualidade.
O indivíduo Homossexual tem a necessidade de se assumir perante a sociedade, isso é como se empoderar da sua própria realidade, e conseguir um espaço dentro de si mesmo pra fazer a vida dessa pessoa acontecer. Mas depois de um tempo, isso não faz a menor diferença.

Eu concordo com isso. Se algo como a sua sexualidade, ou sua identidade de gênero tá fazendo você sofrer, e está te privando de viver uma vida saudável e feliz, saí do armario. Não precisa gritar para os quatro ventos, e sair num carro de som. Mas pega o telefone, liga pra alguém que você sabe que te quer bem e diz, Eu Sou Gay! Só isso. Isso é sair do armário.

Eu confesso que minha vida ficou 10% menos complicada depois que eu me assumi homossexual. Eu ainda precisava procurar emprego, eu ainda precisava viver a vida em sociedade, e ser homossexual é meio como ter uma religião que as pessoas não conhecem direito. As pessoas ditas “normais” fazem perguntas idiotas, tentam te convencer a viver a vida que eles compreendem, mas ai entra meu direito de ser quem eu sou.
Outro dia, minha vizinha me perguntou porque eu não me relaciono com homens. A vida seria mais facil. Eu perguntei pra ela, você já comeu arroz e feijão sem sal? É horrivel, não acha? É assim que eu me sinto com um homem. Claro que não tem nada a ver, mas sendo meio sexista do jeito que eu sou, ficar com uma mulher, pra mim é um banquete, e ficar com um homem é comida sem tempero. Eu não me envolvo emocionalmente com homens, colocando em outras palavras, eu não me apaixono. Adoro pessoas, pessoas são muito interessantes de se conhecer e se relacionar. Mas quando entra a parte do sexo, homens não são tão legais pra mim. E é um direito meu.

Canal do Nando Moura.
https://www.youtube.com/channel/UCOOCeqi5txwviDZ4M5W9QSg

Tá ai o link para o canal do rapaz que eu citei neste post. Eu não tenho nada contra ele, nem contra ninguém. Só estou exercendo meu direito de opinião. 
E vou reafirmar, eu acho que tem gente pegando pesado atacando a crença das pessoas. E eu acho que agora que a sociedade já sabe que a gente existe, ao invés de se defender e protestar com violencia, nós LGBTs deveriamos apenas exercer nosso direito de sermos felizes. Quer trabalhar e ganhar bem? Então vai estudar, e seja muito bom no seu trabalho. Quer se casar e não está encontrando uma igreja que aceite? Então vai realmente buscar a Deus e fazer parte de alguma comunidade religiosa, Se eles te aceitarem na igreja você tem grandes chances de realizar seu casamento lá. E se eles vierem com o papo de amar o pecador e não o pecado. João 3:16 na cara deles.

  Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.  

Ninguém falou nada de homossexuais, só estavam falando das pessoas que crêem. E se você tá lá, é porque você crê.

Uma informação meio louca que está nos videos do cara, é que a Ellen Page estava falando algumas coisas pra um dos candidatos a vice presidencia dos EUA. Sobre homossexuais poderem ser demitidos só por serem homossexuais. Isso é verdade. Em alguns lugares, como São Francisco, se não me engano. O funcionario pode ser demitido por ser homossexual. Ela também falou sobre a violência contra a comunidade LGBT, e em outro video, o Nando estava citando lugares no mundo muito mais violentos contra homossexuais do que o Brasil, ou EUA. E ele estava defendendo os Cristãos dos ataques sofridos pela comunidade LGBT.
Eu acredito que já que estamos aqui, nesta cidade, neste Estado e neste País, devemos lutar pelos nossos direitos aqui. E sem agredir ninguém, muito embora alguns indivíduos queiram nos agredir. Cabe a nós, permitir ou não que essa agressão afete nossas crenças. Eu creio que podemos e devemos ser felizes. E tem uma outra coisas que eu falo também, é meio boba, mas quando eu estava me debatendo com religião e algumas pessoas me diziam que eu deveria me calar sobre a minha sexualidade e viver em sociedade em silêncio, é que se eu gosto de futebol e encontrei alguém pra bater bola comigo, eu vou dizer não, por quê?

Eu confesso que eu nasci feliz aqui no Brasil, eu não iria para aqueles países nem a passeio. Primeiro porque eu sou mulher, e obviamente aqueles lugares que ele citou tratam mulheres feito lixo, pra ser educada. E em segundo lugar, tanto lugar pra ir, porque eu vou perder meu tempo num lugar que me agride, que me ofende? Enfim.

Obrigada pela atenção.
Bom resto de semana pra todo mundo.
Abraço