A Grande Aventura

Então pessoal, tá aí o texto que disse no outro tópico que li e que achei muito interessante...

beijão

Muitos parecem alimentar a idéia de que a única preocupação da metafísica é a superação das dificuldades; mas fazer tal suposição é perder todo o senso das proporções. A Verdade deve ser buscada por si mesma. O conhecimento da Verdade é a sua própria recompensa, e tal recompensa se traduz em harmonia, e prosperidade, para começar; mas isto é apenas o começo; O verdadeiro objetivo do pesquisador deverá ser o desenvolvimento das suas faculdades e poderes mais elevados; numa palavra, sua Evolução Espiritual.

Acontece que tão logo adquirimos a compreensão espiritual, as nossas circunstâncias melhoram sob todos os aspectos – a saúde, o temperamento, a felicidade, a ambiência material rápida e automaticamente mudam para melhor. Ao contrário, a carência de verdadeira compreensão, automática e necessariamente, expressa-se por meio de dificuldades no plano físico, culminando como pecado, a doença e a morte.

Quando as pessoas se encontram em alguma dificuldade, se tiverem um vislumbre da verdade espiritual, perceberão ainda que obscuramente que existe sempre uma saída na trilha do esclarecimento espiritual, e , conseqüentemente, consultarão livros, amigos, buscarão orientação ou tomarão providências cabíveis na ocasião. Essa é a atitude natural a tomar-se, e, desde que se compreenda aquilo que se está fazendo, é apenas uma questão de tempo para que as dificuldades – má saúde, pobreza, problemas... desapareçam. Está-se, na verdade, buscando o esclarecimento espiritual; está-se procurando uma alteração de consciência; e é impossível buscar uma consciência melhorada sem consegui-la, bem como conseguir tal consciência sem que a demonstração se consuma.

A compreensão e a decepção surgem quando as pessoas confundem o ensinamento com algum tipo de prestidigitação. Quando um homem pensa que um gesto de mãos ou algumas palavras cabalísticas bastam para alterar para melhor as suas circunstâncias, sem que ocorra uma correspondente mudança de mentalidade, tal homem está condenado à decepção. Ele não atingiu a Verdade, e o movimento da Verdade nada tem para lhe oferecer.

Durante os últimos anos grande número de pessoas trouxe até mim as suas dificuldades e essas pessoas podem ser facilmente enquadradas nesses dois grupos. Alguns, por exemplo, estão em dificuldades em virtude de um indisfarçável defeito de caráter, mas não estão dispostas em corrigir tal defeito, ou mesmo, em muitos casos, a reconhecê-lo; desejam elas persistir no erro e ainda assim encontrar a prosperidade e a felicidade. Desnecessário é dizer que para elas não há alívio enquanto não sofrerem um pouco mais e tiverem sido suficientemente punidas para se prestarem a agir como devem. O homem que bebe, por exemplo, com certeza irá à bancarrota, e não é possível ajudá-lo desde que ele prefira o uísque à prosperidade. Claro que, se ele tenta abandonar o uísque, podemos ajudá-lo a tomar tal providência, mas em caso contrário ele terá que seguir padecendo até que aprenda a sua lição. Outros se queixam da falta de amigos, da incapacidade de conservar a criadagem, e de que vivem infelizes e solitários; e alguns minutos de conversa bastam para mostrar que aquilo que afugenta a todos é um feroz mau gênio. Se tais indivíduos se prepararem para modificar-se, os seus caminhos se desobstruirão; mas até que tal aconteça pouco se poderá fazer por eles.

A maioria daqueles que lêem, no entanto, estará procurando a Verdade de maneira correta, e procurar a Verdade com esse espírito é haver já encontrado a Verdade. Não Me teríeis procurado se não Me houvésseis encontrado. Assim sendo, não deves ficar preocupado apenas porque a tua demonstração está tardando. Se tiveres compreensão bastante para crer no tratamento, terás compreensão bastante para saber que é apenas uma questão de tempo o encontrar-te fora da floresta - e pouco importa que isso se dê um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde. Qualquer demora em conseguir alguma coisa só pode ser devida a uma ou duas coisas: ou a causa mental do problema está fundamente enraizada na nossa consciência e requer grande dose de trabalho; ou então não estamos agindo da melhor maneira, e se for este o caso, tudo será mais uma vez questão de tempo. Por outras palavras: uma vez que estejamos no Caminho não deve haver pressa. Mas – dirá alguém – no meu caso há muita pressa, pois a menos que a minha demonstração venha antes do sábado o Tribunal se pronunciara contra mim – ou - os meus credores irão requerer a minha falência – ou – perderei o vapor. A resposta continua a ser esta – NÃO HÁ PRESSA, pois as portas do inferno não prevalecerão. Que o mal se faça no sábado; que o Tribunal se pronuncie; que os credores ajam; que o vapor zarpe. Quando vier a segunda-feira a oração endireitará tudo, se a realização for possível, caso contrário será na terça, na quarta, na sexta-feira ou na semana seguinte. O tempo não importa realmente, pois a oração é criativa e erigirá para ti a Nova Jerusalém, em qualquer lugar, em qualquer tempo, apesar de tudo o que possa haver acontecido, tão logo consigas a tua realização da Verdade, do Deus Onipresente – Emanuel, que é Deus em ti. Essa é a Nova Jerusalém que desce do Céu como uma noiva paramentada para o casório e não depende de quaisquer condições no plano físico.

Quando estiveres em dificuldades, contempla a sua solução como uma grande aventura. Resiste à tentação de ser melodramático, de dar vazão à auto comiseração ou ao desânimo; enfrenta os problemas como se fosses um explorador procurando uma trilha no mais recôndito do sertão africano, ou um Edison buscando solver dificuldades pertinentes a algum novo invento científico. Sabes que existe sempre uma forma de superar toda e qualquer dificuldade, através da modificação da tua consciência pela oração. Sabes que elevando a tua consciência toda e qualquer forma de bem que desejes será tua; e sabes que a ninguém é dado impedir-te quando de fato desejar alguma coisa – parentes, fregueses, empregados, o governo, a crise – nada pode impedir-te de reconstruir a tua própria consciência - e tal reconstrução é a Grande Aventura.